É incrível como o tempo passa rápido. A
sensação que tenho é que me mudei há dois meses, mas, na verdade, dia 20 de
abril completarão 10 meses de “eu amo a minha casa”, “eu amo o meu bairro”.
Passei um longo período sem atualizar o blog, período em que vivenciei uma
introspecção muito intensa e mais refleti do que escrevi, mas, agora estou
de volta ;)
Prestes a completar um ano morando sozinha
sigo reafirmando que essa é uma vivencia que TODO MUNDO deve ter na vida, pois
é quando você vive sozinho que realmente entra em contato com a sua essência.
Nesse tempo você nota uma série de manias que nem você sabia que tinha,
passa a respeitar mais a individualidade do outro e exige que valorizem a sua,
aliás, você realmente se encontra como indivíduo único no universo e espalha
isso em todos os cômodos da casa [eu, inclusive, escrevo nas paredes dos meus
30m² de pura felicidade]. Vou falar sobre essas, e outas, descobertas com mais
carinho posteriormente.
Muitas situações me marcaram nesse tempo. Os
primeiros momentos de cada vivência foram únicos, por isso também vou falar
depois, pois cada um merece ser narrado de modo especial. A primeira faxina,
por exemplo, fiz logo após terminar de colocar tudo no lugar, lembro-me de
pensar “nossa, sou melhor nisso do que imaginava” e, de verdade, eu curto pacas
limpar a minha casa, mas voltemos ao que interessa: o primeiro fim de semana nos meus
30m² de pura felicidade. Dia 20 de junho pulei da cama às 7h, tomei o último
banho na casa da minha mãe e fui embora com o carro mega lotado com o resto da
mudança.
Enquanto esperava a entrega e montagem dos
móveis comecei a fazer um stencil na cabeceira na cama, que foi entregue enquanto eu
pintava. Nesse tempo também começaram a montar os móveis do quarto e o armário
da cozinha. Tudo acontecendo junto e misturado. Comi um sanduba para enganar a
fome e comecei a colocar as roupas no armário, nisso a Cris chegou. Logo depois
chegaram o Ivan e o Will, que levaram um vinho e um resto de bolo para me darem
boas-vindas. Tomamos o vinho e apreciamos a vista da minha gigantesca varanda.
Foi quando tirei a primeira foto da vista do meu apartamento e filosofamos
sobre o roots, o empirismo e os tipos de ressaca. Como era uma sexta-feira,
CLARO, que a gente foi pra rua.
Cheguei, Bela Vista \o/
Primeiro rolê morando à três quadras da Rua
Augusta <3. Pra variar, fomos ao Roxo, boteco com banda ao vivo, sinuca e
cerveja com preço honesto. Curtimos e cada um foi pra sua casa na hora que
bateu o sono. Lembro-me de chegar em casa levemente alcoolizada e pensar “puta
merda, não coloquei lençol na cama”. Foi quando descobri que tenho um lado mais
careta do que eu pensava, pois eram mais de 4h da manhã quando eu comecei a
tirar o plástico do colchão, para poder passar a primeira noite na minha casa
com a cama arrumada.
Acordei algumas vezes pensando “meu, eu estou
mesmo aqui”, estava encantada. Levantei bem cedo, 8h, o que é de madruga para
mim em um sábado. A Net foi instalada, o zelador fez os furos para eu pendurar
as cortinas, coloquei tudo no lugar e fiz a primeira faxina. Nesse dia curti a
primeira soneca vespertina no meu cafofo ~ah~ que delícia dormir de tarde sem
ninguém fazendo barulho em casa! Levantei e encontrei a Cris. Fomos dançar
na DJ Club, balada que eu amava, mas que quase não ia mais por ser longe de
casa. Naquele dia fui a pé e a frase da noite foi: sabe como eu vou pro rolê???
A pé!!!!! Voltar para casa sem se preocupar com condução ou gastar com taxi foi
maravilhoso. Nessa noite também acordei maravilhada algumas vezes pensando
“meu, eu estou na MINHA casinha”.
Domingo, dia nacional da preguiça, era uma
linda tarde de começo de inverno e de vida nova. Passarinhos cantavam na árvore
em frente à minha janela. Resolvi explorar o bairro.,peguei meus fones de ouvido
e saí andando. Peregrinei até a hora de voltar para preparar o primeiro
jantar para os meus pais. A reação deles ao entrarem em casa foi estranha.
Minha mãe ainda não lidava bem com a situação e, hoje, eu compreendo melhor o
quanto foi difícil pra ela eu ir morar sozinha. Meu pai, por outro lado,
parecia mais tranquilo, mas fiscalizou as tomadas da casa para ver se eram
seguras hahaha.
Depois de tantos primeiros momentos eu só
penso o quanto isso tudo ainda consegue me encantar apesar das dificuldades e,
acredite, pagar as contas não é o mais difícil quando você está administrando
toda a sua vida sozinho. Além de cuidar do lar e pagar tudo em dia, você
precisa, principalmente, cuidar do seu bem estar físico e emocional, e essa é a parte mais gratificante.
Abraços
Renata Forné Bernardino
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